quinta-feira, 17 de setembro de 2009

PINTURA CORPORAL - CLUB FELT - BOSTON USA

PINTURA CORPORAL NO CLUB FELT EM BOSTON - USA

MODELOS: NATH MACHADO E KELLEN
CONCEITO: TROPICAL TWINS - GEMEAS TROPICAIS
ARTISTAS:ANDREZA MOON E MJ
CLIENTES: SUGAR BABIES E CLUB FELT

PINTURA CORPORAL - CORPORATE EVENT - FAMILY AUTO BODY

MODELO: NATH MACHADO
ARTISTAS: ANDREZA MOON E MJ
CLIENTE: FAMILY AUTO BODY


PINTURA CORPORAL - PHOTOSHOT OUTSIDE

PINTURA CORPORAL NA JAKEQUILE

CLOWN HISTORY - FELIX ADLER


Felix Adler (June 17, 1895 - February 1, 1960) - The White House Clown, King of Clowns
Inducted into the Clown Hall of Fame in 1989.
Felix Adler grew up on a small farm outside of Clinton, Iowa, with his father Joseph and mother Nettie. Some accounts state that he left home and went to join Ringling Brothers Circus at the age of ten or thirteen (accounts differ), although his sister disputes them. In December of 1910, he dropped out of school and a local pharmacist whom he worked for sent him to a Chicago Pharmacist College; instead he started on a career in show business. He later moved to vaudeville, billed as "The Gloom Dispeller" before joining up with the Ringling Brothers.
John Ringling refused to allow him to begin clowning until he had received basic training in other fields, such as working with a Chinese acrobatic team. His clumsiness and blunders turned him into a white face clown in a very short time. During his early years with the circus, Felix stayed close to the clowns as much as possible, in order to study their mannerisms, acts and costumes. He was a perfectionist in comedy and researched what made people laugh.
Felix Adler drifted in and out of the circus, completing work at Iowa State College and serving in World War I, where he served as a mess sergeant at Camp Dodge in World War I. During this time, he and his pet rooster, often entertained the troops, but he looked forward to returning to the circus and after the war he returned to Ringling Bros. for the duration of his career. For 28 years, from 1919 to 1946, Felix Adler never missed a performance
With the Ringling Brothers Circus, Felix waddled the rings in a droopy clown suit with padded hips and rear end. He had a jewel in his nose, wore tiny hats, carried a tiny umbrella and was followed by a piglet which he trained to climb a small ladder and slide down a greased slide to receive milk from a baby bottle as a reward. These pigs made their debut only after intensive training from Felix and later his wife, Amelia. Once the pigs grew too large for entertainment purposes, they were given to families along the road. More than 360 piglets were trained during Felix Adler’s career—after his marriage in 1948, all of the piglets were named "Amelia" in her honor.
One of Felix Adler’s funniest performances was unplanned. During a "big bad wolf" act, a pulley broke loose from some of the high tackle and hit Felix, knocking him unconscious. The pigs started climbing all over Felix and making great noise, to the audience’s delight, believing it to be part of the act.
He and his wife, Amelia, were the first American husband and wife clown teams. Felix was also the first clown ever to be seen on television. He also had the honor of performing for three United States Presidents; Warren Harding, Calvin Coolidge, and Franklin D. Roosevelt. He was called the White House Clown. He died in 1960.
He can be seen performing in the movie The Greatest Show on Earth

UM POUCO DA HISTÓRIA

Os palhaços são conhecidos a aproximadamente quatro mil anos mas, a verdade, é que desde sempre, e através dos tempos, inúmeras pessoas dedicaram-se à arte de fazer rir.

Oriente.

Nas cortes dos imperadores chineses os palhaços adquiriram importante papel, podendo inclusive fazer com que o imperador muda-se de idéia em suas decisões. Por mais de mil anos, em várias partes do Oriente (como Malásia, Burma e o Sudeste da Ásia) os palhaços apareciam em teatros, mesmo em representações religiosas; eram conhecidos como “Lubyet” (homens frívolos), e atuavam como desastrosos assistentes dos personagens príncipes e princesas.

Na Malásia se chamavam “P'rang” e usavam horrendas máscaras de bochechas e sobrancelhas enormes, cores carregadas e um grande turbante, criando uma figura pavorosa.

Alguns dos melhores palhaços asiáticos vêm de Bali; os personagens mais populares e que ainda se pode ver são os irmãos Penasar e Kartala. O primeiro aparece sempre preocupado e angustiado, e nunca deixa de comportar-se bem; o segundo não faz nada do jeito certo, senão tudo ao contrário.

Grécia e Roma.

Na antiga Grécia, há mais de 2.000 anos, os palhaços faziam parte das comédias teatrais. Após a apresentação de tragédias sérias, eles davam sua própria versão do fato, onde os heróis apareciam como idiotas. Seu alvo preferido era Hércules, mostrando que suas façanhas aconteciam mais pelo acaso do que intencionalmente.

Também na antiga Roma existiam diversas classes de palhaços; dois deles eram Cicirro, que se caracterizava com uma máscara de cabeça de galo e cacarejava movendo os braços como asas, e Estúpido, com gorro pontiagudo e roupa de retalhos. Os outros atores aparentavam estar enojados e batiam nos dois palhaços causando ainda mais riso entre o público.

Idade Média.

Já no início da Idade Média, com os teatros fechados, artistas perambulavam por toda parte para atuar onde pudessem, para sobreviver, participando de feiras em várias regiões. Na Alemanha e na Escandinávia eram conhecidos como “gleemen”, e na França, “jongleurs”. Contavam contos, cantavam baladas, eram músicos, malabaristas, acrobatas e toda sorte de artistas. Em épocas mais festivas, grupos de mímicos apresentavam danças e comédias nessas feiras. Nesses grupos , depois dos bailarinos, os personagens mais importantes eram os palhaços, que levavam uma bola atada por um barbante, com o qual iam batendo nos espectadores, a fim de abrir espaço para a atuação dos mímicos. Com frequência levava uma vassoura para varrer as pessoas do local gritando: "Espaço! Espaço! Preciso de espaço para recitar minhas trovas!". As palhaçadas eram, nessa época, mais importantes do que a própria história que se apresentava.

Foi também na Idade Média que surgiu a figura do bufão, ou “bobo da corte”; alguns eram realmente “bobos”, mas a maior parte era formada por palhaços inteligentes que se faziam de estúpidos para alegrar às pessoas.

Na Alemanha, eram chamados de “alegres conselheiros” pois, em suas agudas observações, incluíam bons conselhos.


Ainda durante a Idade Média os palhaços atuaram nos teatros pouco a pouco “re-abertos”, principalmente em comédias religiosas, representando o “diabo”, os “vícios”, a estupidez e o mal. Muitas vezes o narrador era um palhaço que mantinha a platéia entretida, atenta, e explicava melhor a história. Cada vez mais o papel do palhaço foi se tornando mais importante, ressaltando os contrastes, até que William Shakespeare mostrou que o palhaço podia não só fazer rir, como fazer chorar, e tornar ainda mais dramáticas as cenas trágicas de uma obra, os palhaços passaram a ser tão importantes, nessas representações, quanto os atores sérios de grandes clássicos do teatro.

Commedia dell'Arte.

No século XVI, na Itália, surge a “Comédia de Arte”, com companhias e personagens que se tornaram muito populares.

Cada um vinha de uma região diferente da Itália e tinham características marcantes que os tornavam facilmente reconhecíveis. É o caso do Arlequim, com sua roupa de retalhos; o Pantaleão, veneziano, e de vermelho; Briguela, de branco e verde; Polichinelo, de branco e gorro pontiagudo; o Doutor, de negro e o Capitão, com sotaque espanhol e roupas militares. Esses personagens tinham características muito definidas e seus papéis eram quase sempre os mesmos e se tornaram tão famosos que os atores eram mais conhecidos pelos personagens que interpretavam do que por seus próprios nomes.

Da Itália, a Commedia del'Arte se estendeu por toda a Europa, adaptando-se a cada país, como na Inglaterra, onde, por exemplo, Pulcinella se tornou Mister Punch, personagem conhecido até os dias atuais, ou o Pierrot, transformado em “clown”, sendo que o mais famoso foi Grimaldi, nascido em 1778.












Os primeiros circos.

O circo moderno parece ter surgido a partir de 1766, criado por um jovem sargento, chamado Philip Astley. Primeiro, com atrações equestres e, logo, enriquecendo as performances com artistas mambembes e atrações mais divertidas para mesclar com as exibições de equitação. O palhaço mais importante foi “Mr. Merryman”, que atuava a cavalo.

Com o tempo mais atrações foram sendo incluídas, surge o palhaço “branco”, ou “clown”, vestido ricamente com lantejoulas e gorro pontiagudo, cara branca e pouca maquiagem; o “augusto”, tonto, desajeitado e extravagante; o “toni” e o “excêntrico”, colaborando para que a gargalhada corresse solta.

Vários números de palhaços, conhecidos como “entradas”, se tornaram clássicos, como “O Espelho Quebrado”, “Hamlet”, “A Água”, “A Estátua”, “O Barbeiro de Sevilha”, etc, e podem ser vistos ainda hoje em grandes circos. Outa maneira do palhaço participar dos espetáculos circenses é através das “reprises”, pequenas cenas de palhaços que acontecem enquanto se prepara a parafernália de um novo número (como preparar as jaulas, o trapézio, etc.). No início do século XIX outra participação importante dos palhaços se dava na segunda metade do espetáculo, quando estes apresentavam uma “pantomima” cômica, um pequeno espetáculo de cunho teatral, dentro do espetáculo circense, muitas vezes baseado em clássicos da dramaturgia e da literatura mundial.

O palhaço era, até pouco tempo, o principal personagem de um circo, sendo uma honra ocupar esse papel. Geralmente, os palhaços são habilidosos em alguma arte, muitos são grandes acrobatas, músicos, malabaristas, domadores, bailarinos, piadistas, cantores, etc.

Hoje em dia os palhaços ocupam espaço não só nos circos, estão presentes nas ruas, nos teatros, na televisão, no cinema, em vários e infinitos espaços e, se um dia, descobrirmos vida em outros planetas, descobriremos, também, novas formas de fazer rir, pois, dentro do mais íntimo de todos os mundos, existe, reluzindo o riso, o Mundo do Nariz Vermelho.


BY MUNDOCLOWN.COM.BR

O BOBO DA CORTE


O BOBO DA CORTE
Não é inusitada essa disposição de nossa índole, que nos leva a rir de certas deformidades dos seres humanos? Porém, muitas vezes, o "bobo" da corte servia-se da alegria, que provocava, para zombar dos que se divertiam a sua custa... Com certeza, é isso o que torna mais interessante a figura desempenhada, antigamente, pelos "bobos titulados" pelos reis ou pela massa popular, ou, como costumam dizer, "A Galera". Acobertados por uma manta fantasiosa, até grotesca diriam alguns críticos mais contundentes, tiveram, por inúmeras vezes, o privilegio de dizer verdades ousadas, impensáveis, para um integrante da corte considerado comum. Muitos escritores, aproveitando-se da figura do "bobo", com seus gracejos, pelos seus disparates, pela irreverência, procuraram caracterizar tal personagem; mais chegado ao nosso universo, temos o romance histórico, "O BOBO" do mestre Alexandre Herculano; a seção passa-se no começo da monarquia portuguesa na época em que principiou a luta entre D. Afonso Henriques e sua mãe D. Tereza.
Guardando-se as devidas proporções, talvez o palhaço "clown " de circo, como conhecemos muito bem, seja um continuista do antigo "bobo" da corte, tão engraçado sob sua extravagante pintura no rosto como Triboulet sob suas vestimentas multicoloridas e seu inseparável chapéu onde tilintavam guizos de todos os tamanhos.
A FEIÚRA QUE DIVERTE, DEFORMAÇÃO QUE ZOMBA...

"Que agradável e delicioso oficio, o de "bobo"!

Essa era a exclamação do herói de uma comédia de Alfred de Musset, poeta francês, nascido em Paris em 1810 e morto em 1857. Para se introduzir no palácio do rei da Baviera, um jovem extravagante, Fantasio, teve a a vivacidade de se vestir como o "bobo"da corte, que tinha morrido no dia anterior. Esse truque foi muito bem sucedido:
"Ando de um para outro lado, neste palácio - continua ele - como se sempre o tivesse habitado. Há pouco encontrei o rei, que não teve, sequer, a curiosidade de olhar para mim. Depois da morte de seu "bobo"oficial, haviam-lhe dito: Sir aqui está outro! Não foi preciso mais! Posso fazer o que bem entendo sem que me detenham com a menor observação. Sou um dos animais domésticos do rei da Baviera e, se quiser, enquanto conservar minha bossa e minha cabeleira, poderei viver aqui até minha morte, gozando a vida, sem ter com que me preocupar."

E, aproveitando essa liberdade de ação, Fantasio surpreendeu o segredo do triste noivado da princesa Elsbeth, que, por interesse político, ia se unir a um príncipe feio e imbecil. Nosso herói torna impossível esse casamento com um recurso... de "bobo"; pescando com a ponta de um anzol, a cabeleira postiça do augusto noivo.
Defeito físico, fantasia espiritual, exagero na linguagem e, ás vezes, de conduta, esses são perfis, que caracterizam na História o personagem do "bobo" e lhe dão fisionomia tão desconcertante.
Já entre os antigos, para divertimento da classe mais abastada e poderosa, esses indivíduos pitorescos eram tão procurados que foi necessário instituir, para esse gênero de negócios, um mercado especial; seja sincero, caro leitor! A existência de um mercado de trabalho tão insólito, já tinha passado pela sua cabeça?
Nas horas das refeições, apos as dançarinas, os macacos incríveis e os tocadores de harpa, o "bobo", vindo da Ásia Menor ou da Pérsia, fazia sua entrada ridícula, saudado pelo riso dos convivas. Na considerada Idade Média, não havia um só castelo em que a silhueta caricatural do "bobo"não surgisse entre as rendas e os brocardos. Pasmem! As cortes reais e as cortes feudais lutavam para a posse do "bobo"mais feio, mais deformado e emissários eram enviados aos quatro cantos do mundo conhecido em busca desses fenômenos humanos, para distração dos poderosos.
TRIUNFAL ESTRÉIA

Uma educação esmerada

A melhor maneira de conhecer o que era outrora um "bobo da corte" é estudar a existência do mais famoso deles, o imortal Triboulet que passou á Historia com o titulo:
"BOBO DO REI E REI DOS BOBOS"

Quando o acaso decidiu sobre sua vocação, Triboulet chamava-se muito prosaicamente Nicolau Ferriol e era popularíssimo em Blis, sua cidade natal, por suas inverossímeis fantasias. Um dia em que andava, como de costume, pelas ruas de Blois, dirigindo pilherias a toda a gente e pedindo esmolas, viu passar um fidalgo que o duque de d'Angouleme, futuro rei Franciso I, enviara com uma mensagem ao rei Luiz XII e a Ana da Bretanha. Para obter dele algumas moedas, Ferriol seguiu-o contando-lhe as mais joviais anedotas e como, nem assim o fidalgo lhe desse coisa alguma, inutilizou seu peitilho com um golpe de canivete. Então, os pajens do fidalgo Agarraram-no, Levaram-no para fora da cidade -com receio de que o populacho tomasse sua defesa e tendo-o amarrado a uma arvore, começaram a torturá-lo cruelmente, pregando-lhe as orelhas com pregos, queimando-lhe as plantas dos pés.
Os gritos do infeliz foram tantos, que Luiz XII ouviu-os de seu castelo. Triboulet, libertado afinal, foi, em pessoa, queixar-se ao soberano e relatou seu próprio suplicio em termos tão cômicos que o rei, a conselho do próprio duque d'Agouleme, ofereceu-lhe uma bolsa de outro e o cargo de bobo da corte.
No dia que Triboulet apareceu na corte houve uma gargalhada geral. Aquela fronte baixa e fugidia; aquelas imensas orelhas, essa cabeça redonda balançando-se sobre um pescoço enorme, esse peito cavado e essas costas em forma de montanha, o ventre volumoso, as pernas tortas... A natureza aprimorara a construção daquele verdadeiro monstro para o prazer real. A arte iria completá-lo.
O vestiário de "bobo do rei" compunha-se nesse tempo de um casaco com abas formando ângulos agudos, em pedaços verdes e amarelos e coberto com ornatos de sarja e passamanaria de todas as cores.
Mas isso pareceu banal, para um bobo do valor de Triboulet. Modelaram seu torso ridículo com um justa corpo de seda branco e azul, com as armas da França bordadas a ouro sobre suas costas, a azul sobre as pernas e sobre o barrete pontudo, que ornava sua cabeça. Um cinto dourado tinha uma bainha especial para sua vara de guizos, seu cetro de louco, sua espada de pau e uma bexiga de porco cheia de ar - os emblemas de suas alegres funções.
Depois de cobrir esse vestuário de guizos de todos os tamanhos, confiaram Triboulet a Michel Le Vernoy, "mestre de bufonaria" - que devia completar sua educação ensinando-lhe mil artimanhas, acrobacias, pilherias, canções e saltos, por que um dos melhores meios de fazer rir era então a "cabriola", o salto.
Os livros dos meus colegas contadores, desse tempo, registravam que esses artistas, na realidade, levavam isso muito a serio. Hainselin Coq, o bobo do rei Carlos VI, usou no ano de 1404 quarenta e sete pares de caçado e o bufo da rainha Izabel da Baviera, usou em seis meses, nada mais, nada menos , que, 103 pares.
Onde a "bobice"dá lições á sabedoria

Sob a proteção de suas "funções", o bobo tudo podia permitir-se. É feio, grotesco; nasceu para fazer rir; tem o direito de ser insolente. Sua deformidade protege-o.
Uma vez, Triboulet passava em companhia d um fidalgo por uma ponte desprovida de parapeito e aproveitando-se de uma distração do fidalgo atirou-o ao rio. A vitima dessa pilheria de mau gosto prometeu arrancar-lhe o couro cabeludo. Triboulet corre a se colocar sob a proteção de Francisco I, que lhe disse:
- Nada temas. Se ele ou qualquer outro te fizer mal, um quarto de hora depois estará enforcado.
Oh!... real senhor... Faça-me o favor completo. Mande enforcá-lo um quarto de hora antes de me fazer mal.
Ás vezes os bobos se utilizavam de suas imunidades para dar aos soberanos opiniões e conselhos oportunos. Francisco I concedera a Carlos V permissão para atravessar a França com uma expedição para ir castigar os sublevados de Gand. Imediatamente Triboulet declarou que ia organizar a lista dos maiores loucos da Europa e começou por inscrever o nome de Carlos V,
Francisco I sorriu e disse:
- E que dirás se eu o deixar atravessar todo o meu reino, sem fazer a menor tentativa contra ele?
- Nesse caso apagarei o nome de Carlos V e escreverei o seu.
*

Um dos sucessores de Triboulet, o famoso Chicot, bobo do rei Henrique III, fez um dia em plena corte esta oração.
- Meu Deus! Livrai-vos de cair nas mãos da Liga Catolica. Ela vos mandaria enforcar como um gato.
*

Jean Doucet, o bobo de Luiz XIII, deu a seu senhor uma resposta que consubstanciava todo uma critica política. O rei mandara lhe doar vinte escudos de ouro. Ele o pos na bolsa e exclamou:
- Obrigado, meu rei, e fique tranqüilo: São tantos e tais os impostos que seus ministros lançam sobre nós que este dinheiro não tardará a voltar as mãos de Vossa Magestade.
Como os literatos alteram as personalidades históricas

Os escritores românticos não podiam deixar de tomar interesse por personagens anormais e excessivos como os bobos da corte; mas, por um singular anacronismo, emprestam ao bobo seus próprios sentimentos, exatamente aqueles que esses infelizes eram incapazes de experimentar. Imaginaram que os bobos deviam sentir profundamente a humilhação do papel que representavam nas cortes, ter o coração dilacerado e odiar os que não eram como eles, aleijados e ridículos. Fizeram do bobo o ente sobre o qual a fatalidade se encarniça, condenando-o ao riso eterno e á eterna tortura de suportar chacotas e afrontas.

Assim é o Triboulet que Vitor Hugo nos apresenta no Le roi s'amuse -Vide comentário em Rigoletto- .
Por sua vez, Edgard Poe no conto Hop Frog , apresenta-nos um tipo de bobo fremente de ódio e rancor, exercendo sua vingança com impiedosa crueldade.
Mas Hop Frog é uma fantasia da imaginação de Poe. Os verdadeiros bobos, aqueles cujos nomes a historia conservou nada tinham desse humor trágico.
Quase todos se aproveitaram de sua situação para enriquecer. Brusquet obteve de Carlos IV a concessão do serviço do Correio em Paris; - Angely o bobo de Luiz XIV, era dotado de espírito furioso e terrível. Muito temido pelos cortesãos lançava seus sarcasmos de traz da cadeira do rei e fazia pagar caro seu silencio.
Os bobos do povo

Mas o prazer de rir da deformidade alheia não é reservado aos grandes. Como os príncipes o povo também tem seus bobos. Na Idade Media, o bobo popular era uma instituição. Rara era a cidade que não mantinha pelo menos um para divertir seus habitantes. Gringalet, o bobo de Dieppe ficou famoso.
Do teatro de Shakespeare á porta do circo

Favorito dos grandes, querido pelo povo, o bobo não podia deixar de ter lugar nesse gênero de literatura que se dirige a todos - o teatro. É encontrado em todo o tipo de espetáculo, ingênuo ou ardiloso; estúpido ou esperto, mas sempre divertido, sempre fazendo rir. Na comedia espanhola chamam-no el Gracioso, na francesa Jocrisse, na italiana Polichinello, na inglesa clown.
Com esse nome atravessou os mais sombrios dramas de Shakespeare. Quando o rei Lear, traído, desprezado, expulso por suas filhas, lança gritos veementes ao céu cortado pelos relâmpagos e rasga as próprias vestes, o clown observa com fleuma bem inglesa.
"Ora vamos, meu tio, acalma-te... Tu não vai tomar banho com um tempo destes"

Hoje o bobo chama-se palhaço e completou sua educação com acrobacia completa.
O tipo clássico do clown de calças muito largas, rosto pintado, topete de cabelos rijos e linguagem anglizada foi criado por um inglês quase genial que se chamava Billy Hayden. O tipo do Tony, também tão apreciado, nasceu de um caso autentico ocorrido no circo Reuz, que foi um dos mais notáveis da Alemanha.
Um rapaz chamado Augusto, contratado para o serviço da pista, tanto se perturbou e caiu e tropeçou, que, embora estivessem em intervalo, o publico desatou a rir. O empresário correndo para verifica o que provocava tal riso, não havendo artistas no picadeiro, resolveu tirar partido do acaso. No dia seguinte, Augusto, com um vestuário, que logo se tornou clássico, voltou á pista com a missão única de se fingir ainda mais desajeitado do que de fato era.
Little Tich, que obteve grande celebridade, era um tipo especial, interessante sobre tudo por ser anão.
Entre os palhaços regulares, depois de Bily Hayden, o mais ilustre, o inventor de quase todos os truques e pilherias que todos os palhaços repetem pelo mundo foi Dan Leno (ao lado), especialista em caracterizações e incomparável como improvisador.


O palhaço na Opera

Rigoletto. Opera italiana em três atos, letra de Francesco Maria Piave e musica de Verdi - Veneza, 11 de março de 1850, uma segunda feira -

Scena I

Sala magnifica nel palazzo ducale,
con porte nel fondo che mettono ad altre sale,
pure splendidamente illuminate.

Folla di Cavalieri e Dame che passeggiano nelle sale del fondo -
Paggi che vanno e vengono - Nelle sale in fondo si vedrà ballare.
Da una delle sale vengono parlando fra loro il Duca e Borsa.

- Clique em Rigoletto para o texto completo, original, dos três atos


O grande mestre italiano tinha tirado o assunto do Le roi s'amuse, de Victor Hugo, já comentado acima. O libreto foi muito habilmente composto pelo drama do poeta frances. Mas Veneza estava então sob o dominio da Austria e a censura não quiz consentir na representação da obra, cujo titulo era La Laledizione - a Maldição.

Foi então combinado que a personagem do rei seria substituido pela do duque de Mantua; que algumas modificações ligeiras seriam feitas a certas situações, e que enfim a obra teria por titulo Rigoletto, buffone di corti -Rigoletto, bobo da corte- , do qual se fez logo só Rigoletto. A cena passa-se em Mantua e nas suas proximidade, no século XVI. A partitura é uma das obras mais quentes, mais apaixonadas e mais vibrantes de Verdi. É talvez o primeiro ato, o ato do baile, o menos interessante, porque apenas é a exposição da peça. Encontra-se ai todavia uma bonita balada, cantada pelo duque : Que uma bela por alguns instantes... e lindas Arias de dança. Mas, desde o segundo ato, na habitação de Rigoletto e do bandido Sparafucile é de um acento muito dramático, devido sobretudo a uma orquestra especial; e que canta com sua filha Gilda é tocante e cheio de caricia e a paixão com a graça notam-se no de Gilda com o duque; depois a cena do rapto é cheia de colorido. Com o terceiro ato, no palácio do duque, a emoção cresce ainda. A cena de Rigoletto procurando a filha e implorando os cortesãos, que riem da sua dor, é de um patético admirável; a sua inventiva de desprezo aqueles: Cortesãos, raça vil e danada, é soberba de furor altivo; e enfim, quando Gilda, saindo do quarto do duque, vem cair nos seus braços, e seu dueto, umas vezes tocante, outras enérgico, é uma das paginas mais comoventes da musica dramática. Enfim, para concluir, o ultimo ato apresenta, depois da deliciosa canção do duque: Como a pena ao vento, tão cheia de graça e de abandono, o celebre quarteto, que é antes, como o exigia a situação, uma espécie de dueto duplo, onde os sentimentos diversos das quatro personagens estão traçados com mão de