segunda-feira, 27 de abril de 2009
A HISTORIA DO CIRQUE DU SOLEIL
Cirque Du Soleil
Um picadeiro de US$ 1 bilhão. Assim podemos definir o exótico CIRQUE DU SOLEIL, um legítimo ícone do mundo do entretenimento. Não se pode imaginar que debaixo de uma lona exista uma magia pura, cheia de encantamento. As cores e formas espetaculares, e apuradas performances de seus atores, bailarinos, acrobatas e trapezistas, criam uma experiência única. Assistir à um espetáculo do CIRQUE DU SOLEIL é poder contemplar performances de Charles Chaplin à Keanu Reeves em Matrix. Onde o tempo inteiro se brinca com os limites do espaço, do tempo e da gravidade. Um dança, outro voa, muda-se de época, de roupa, de cor, de som e estado de espírito. Ali tudo o que se imagina, como nos sonhos, pode acontecer.
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A história
A fascinante história do CIRQUE DU SOLEIL começou em Baie-Saint-Paul, uma pequena cidade aos arredores de Quebec, considerada a Meca dos pintores da região. Ali, no começo dos anos 80, esta trupe de coloridos personagens chacoalhava a cidade, dançando e se equilibrando em pernas de pau, soprando fogo e tocando músicas. Eles eram até então o Les Échassiers de Baie-Saint-Paul (the Baie-Saint-Paul Stiltwalkers), um grupo de teatro de rua fundado por Gilles Ste-Croix. Já naquele tempo, os habitantes da cidade viviam intrigados com os jovens artistas e suas performances que incluíam o músico Guy Laliberté, filho de um alto executivo da Alcan, que acabou mais tarde sendo o fundador do CIRQUE DU SOLEIL. Em 1982, eles começaram sua formação com uma trupe de artistas performáticos de rua conhecidos como “Le Club des Talons Hauts” (O clube dos Saltos Altos). Esse mesmo grupo foi responsável pela criação do primeiro festival de performances de rua em 1982, o “La Fête Foraine de Baie-Saint-Paul”, percussor do CIRQUE DU SOLEIL. Artistas de várias partes da América se juntaram para representar as manifestações populares da época e transformar a pequena cidade em um imenso picadeiro, com palhaços, mágicos, malabaristas, acrobatas e músicos realizando centenas de performances nos sinais de trânsito. A partir da criação deste festival, começaram a atrair muita atenção e foi então que passaram a compartilhar da mesma louca idéia de um sonho: criar um circo em Quebec e assim levar sua trupe para viajar, se apresentando ao redor do mundo.
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Em 1984 a cidade de Quebec celebrava os 450 anos do descobrimento do Canadá pelo explorador francês Jacques Cartier. Com isso, órgãos do governo precisavam de um show que pudesse abraçar todas as festividades pensadas e propostas para serem realizadas através da província. Com esse gancho, Guy Laliberté, juntamente com Daniel Gauthier, apresentou o projeto de um show chamado CIRQUE DU SOLEIL (Circo do Sol), sendo bem sucedido em convencer os organizadores e patrocinadores da festividade. A criação estava baseada em um conceito totalmente novo: uma extraordinária mistura teatral de artes circenses e de rua, apresentada em uma embalagem de fantasias extravagantes e loucas, sob luzes mágicas e acompanhadas de uma música original. O primeiro espetáculo foi apresentado inicialmente na pequena cidade de Gaspé, em Quebec. Dai pra frente a companhia se desenvolveu, juntaram cada vez mais artistas e o CIRQUE DU SOLEIL foi tomando forma. Com a realização da primeira turnê intitulada de “Le Grand Tour”, eles puderam realizar as primeiras tarefas básicas para a formação de um grupo realmente sério. Estabeleceu-se também a meta de apresentar seu show em todos os lugares possíveis. Desde então, o CIRQUE DU SOLEIL não parou mais. No ano seguinte o circo deixa sua província natal para fazer sua primeira visita aos seus vizinhos da província de Ontário. Inicialmente, realizava suas turnês somente com um show de cada vez. Em 1987, o circo aventurou-se, pela primeira vez, a fazer uma turnê fora do Canadá. Com o espetáculo Le Cirque Reinvente (We Reinvent the Circus) apresentou-se na cidade de Los Angeles na Califórnia. Depois foi a vez do continente europeu conhecer este espetáculo em 1990.
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A expansão internacional continuou em 1992, quando em parceria com o famoso Circo Knie, apresentou um espetáculo em mais de 60 cidades da Suíça. O sucesso da trupe no velho continente fez com que, em 1995, o CIRQUE DU SOLEIL instala-se uma sede social na cidade de Amsterdã. O sucesso era tanto, que em 1999 já mantinha espetáculos simultâneos em quatro continentes. Em 2000, os numerosos fãs do cinema assistem o CIRQUE DU SOLEIL pela primeira vez em uma tela IMAX, quando Journey of Man, distribuído pela Sony Pictures Classics, entra em cartaz no mundo inteiro. É a partir deste momento que a trupe começa a diversificar seus produtos com o lançamento da série “Solström”, inteiramente produzida pela divisão Cirque Du Soleil Images, destinadas exclusivamente aos mercados internacionais; o selo próprio de discos chamado Cirque Du Soleil Musique, com a missão de assegurar a criação, produção e venda da música atual e futura dos espetáculos da trupe, além de promover internacionalmente a carreira de artistas iniciantes; e a inauguração de um conceito único criado pelo CIRQUE DU SOLEIL para dois navios da empresa Celebrity Cruises.
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O CIRQUE DU SOLEIL mudou o modo como os circos eram apresentados. Ao abolir diálogos, baseando seus espetáculos na linguagem corporal, na sofisticação intelectual do teatro e do balé e na utilização de tecnologia, garantiu que qualquer pessoa no planeta pudesse entender o que se passa no palco. Mudou o foco para o público adulto (o que antes era uma diversão para crianças, se tornou uma paixão para os adultos). No quesito custo, também inovou. Tirou de cena leões, zebras, macacos e angariou a simpatia de defensores de animais. Por tabela, reduziu as despesas de logística e manutenção. Ao fazer tudo isso, também reinventou o modelo de preços das entradas. Alguns dos membros da formação original, ainda estão ativos à frente do CIRQUE DU SOLEIL, como Guy Laliberté (na época um músico contorcionista e manipulador de fogo) e hoje o Presidente Fundador. Também Gilles Ste-Croix, que ia a maioria dos lugares andando em pernas de pau naqueles dias e hoje atua como o Diretor de Criação. E também Guy Caron, que trabalhava como ator, e agora dirige algumas produções da trupe.
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A linha do tempo
1986
● La Magic Continue (A Magia Continua), o segundo espetáculo do grupo estreou no Canadá. O interesse do público aumenta e o tamanho da lona também, agora com capacidade para 1.500 espectadores.
1987
● Le Cirque Reinventé (O Circo Reinventado), após um sucesso triunfal em cinco cidades da província de Quebec, é apresentado na Califórnia, primeira apresentação internacional da trupe.
1990
● Nouvelle Expérience (Nova Experiência), inaugura a nova tenda com 2.500 lugares. Com este espetáculo o CIRQUE DU SOLEIL batia recordes de venda de ingressos até então.
1992
● Saltimbanco, seu mais famoso espetáculo que já arrastou mais de 9 milhões de espectadores em 19 países desde sua estréia. Na terminologia do espetáculo, Saltimbanco é um espetáculo de celebração ao próprio artista urbano e sua paixão pelo mundo do espetáculo.
● Fascination (Fascinação), uma colagem dos melhores números dos espetáculos anteriores, permite que o circo comece a ser conhecido no Japão.
1993
● Mystère (Mistério), espetáculo gigante que inaugurou o primeiro teatro permanente do CIRQUE DU SOLEIL na cidade de Las Vegas.
1994
● Alegria, espetáculo para comemorar seu décimo aniversário, estreou na cidade de Montreal no Canadá, onde velhos se tornam jovens e reis viram palhaços. A magia e a beleza de um mundo virado de cabeça pra baixo.
1996
● Quindam, um espetáculo inteiramente novo estreou em turnê, que narra a vida de uma criança que não tem a atenção dos pais refugiando-se em um mundo imaginário.
1997
● Inauguração em Montreal do Studio, a sede social internacional do CIRQUE DU SOLEIL, e centro único de produção de seus shows.
1998
● La Nouba, estreou em 14 de dezembro, abrindo seu teatro permanente no centro da Disney Downtown West Side, propriedade de Walt Disney World Resort na cidade de Orlando. O espetáculo é uma jornada inesquecível por nosso universo. O nome "La Nouba" vem da expressão francesa “faire la nouba”, que significa viver ao máximo.
● O (água, no idioma francês), primeiro espetáculo aquático do CIRQUE DU SOLEIL, estreou no Bellagio Hotel em Las Vegas. Uma enorme piscina é o picadeiro. Os artistas são, sem exceção, nadadores vindos das piscinas de todas as partes do mundo. O espetáculo é apresentado dentro, fora e por sobre a água, misturando atos de dança, nado sincronizado, saltos espetaculares, fogo, palhaços, bailarinas e performistas.
1999
● Drallion (fusão em inglês das palavras dragão e leão), mescla tradição oriental e vanguarda em seus números de acrobacia, malabarismo, dança e música.
2002
● Varekai, 14° espetáculo do grupo CIRQUE DU SOLEIL, estreou na cidade de Montreal. Um mundo extraordinário, cenário das aventuras de um jovem numa floresta povoada por criaturas fantásticas.
2003
● Zumanity, Another Side of Cirque Du Soleil, espetáculo provocativo e sexy para adultos apresentado no New York - New York Hotel & Casino em Las Vegas.
2004
● KÀ (fogo em japonês), o mais vistoso espetáculo já produzido pela trupe, estreou no MGM Grand Hotel & Casino, luxuoso complexo de entretenimento situado em Las Vegas. A produção custou US$ 165 milhões, número maior que o total gasto em todos os shows que estrearam na Broadway naquele ano.
2005
● Corteo (que significa “Cortege” em italiano), uma parada festiva imaginada por um palhaço, estreou com grande sucesso.
2006
● Love, espetáculo que traz a magia do espírito do CIRQUE DU SOLEIL misturada com a paixão dos Beatles. As canções foram remixadas e remasterizadas pelo produtor George Martin, conhecido como o quinto Beatle. Orçado em US$ 140 milhões, o espetáculo é apresentado no Mirage Casino em Las Vegas.
● Delirum, espetáculo musical estrelado em Las Vegas. Foi o primeiro espetáculo apresentado em arenas e a mostrar músicos e cantores no palco principal, uma novidade com relação a sua costumeira atenção nos acrobatas.
2007
● Kooza, espetáculo que conta a história de The Innocent (O Inocente), um solitário melancólico na busca do seu lugar no mundo. é um retorno às origens do CIRQUE DU SOLEIL ao combinar duas tradições circenses: performances acrobáticas e números com palhaços.
● Wintuk, espetáculo sazonal que estreou no dia 1º de novembro em Nova York. Encenado no Wamu Theater, na Madison Square Garden, conta a história de um garoto que, ao se deparar com o inverno sem neve de sua cidade, sai para uma aventura em busca do gelo. No caminho até seu destino final, o mundo imaginário de Wintuk, faz muitos amigos. A produção será apresentada por dez semanas na cidade, a cada inverno, nos próximos quatro anos.
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A grande tenda
O Grand Chapiteau (em português “A Grande Tenda”) é um dos maiores símbolos do CIRQUE DU SOLEIL. É sempre usado em todos os espetáculos itinerantes da companhia. Criadas por técnicos e desenhistas, foi a única maneira encontrada pelo CIRQUE DU SOLEIL para sediar seus espetáculos com a infra-estrutura necessária. Coube à Voileries du Sud-Ouest, na França, uma das mais reconhecidas empresas do mundo nesse ramo, construí-las. É o lugar onde ficam o palco principal e as áreas de apresentação. Em geral têm diâmetro de 50.5 metros e 220 m², sendo apoiada por quatro mastros que medem 25 metros cada um, comportando em média 2.600 espectadores e exigindo o trabalho de 70 pessoas, incluindo os “mestres de tenda”, treinados exclusivamente para realizar a tarefa monumental de levantá-la. Erguê-la é uma operação tão complexa que a primeira vez que foi montada desmoronou. Ninguém sabia como fazer e acabou caindo, pois chovia muito e a água formou uma enorme poça fazendo com que a tenda desmoronasse. Uma tradição CIRQUE DU SOLEIL é dar um nome para cada Grand Chapiteau. Todas elas têm um nome. Quando uma nova tenda inaugurada, é dado um nome único a ela. Existe um pequeno grupo no CIRQUE DU SOLEIL que se reúne para garantir que as tendas sempre sejam nomeadas e este nome não é necessariamente divulgado. Para uma turnê internacional, são utilizados normalmente 61 contêineres para transportar 850 toneladas de equipamentos.
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Um circo diferente
O CIRQUE DU SOLEIL tem sido descrito como um “circo moderno” cheio de histórias e performances estonteantes. Enfatizando o não uso de animais, é todo baseado em atuações de artistas de várias nacionalidades. Os números sofrem influência do teatro mambembe, do próprio mundo circense, da ópera, do balé e do rock. Há contorcionismo, malabarismo, palhaços e trapezistas, todos com roupas coloridas e maquiagens elaboradas. Sempre apresentando um ar medieval e barroco, com muito cuidado em todos os elementos de formação do espetáculo. Todos os shows fazem uso de música ao vivo e a língua falada durante o espetáculo é o “Cirquish”, um dialeto imaginário criado pela companhia. Uma das grandes características do CIRQUE DU SOLEIL foi ter transformado o mundo do circo. Tornar atual algo já tão antigo e internalizado na memória de todos.
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Os pôsteres
Uma das grandes formas de divulgação dos espetáculos do CIRQUE DU SOLEIL são os tradicionais pôsteres.
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Os dados
● Origem: Canadá
● Fundação: 1984
● Fundador: Guy Laliberté e Daniel Gauthier
● Sede mundial: Montreal, Québec (Studio)
● Proprietário da marca: Cirque du Soleil Inc.
● Capital aberto: Não
● Chairman & CEO: Guy Laliberté
● Presidente: Daniel Lamarre
● Diretor de criação: Gilles Ste-Croix
● Faturamento: US$ 1 bilhão (estimado)
● Espetáculos criados: 21
● Presença global: 100 países
● Funcionários: 3.500
● Segmento: Entretenimento
● Principais produtos: Espetáculos e souvenires (CDs, DVDs, canecas, pôsteres, roupas, entre outros produtos)
● Ícones: A sua tradicional tenda (Grand Chapiteau) e o espetáculo Saltimbanco
● Website: www.cirquedusoleil.com
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A marca no mundo
Mais de 250 apresentações por 100 cidades do mundo, 21 espetáculos criados e com um público estimado em 50 milhões de pessoas. Atualmente 14 diferentes espetáculos giram o mundo (sete espetáculos itinerantes e outros sete encenados em lugares como Las Vegas, Orlando e Nova York). Os souvenires (CDs, DVDs, canecas, pôsteres, roupas, entre outros) garantem 20% dos ganhos do CIRQUE DU SOLEIL. A parte financeira também impressiona: seus ganhos estão estimados em US$ 1 bilhão, as vendas anuais de ingressos ultrapassaram US$ 450 milhões, e mais de 40 milhões de pessoas ao redor do mundo já assistiram a pelo menos um de seus espetáculos. A marca é considerada pela consultoria Interbrand como a vigésima segunda mais influente do mundo. Em 1984, apenas 73 pessoas trabalharam para o começo do CIRQUE DU SOLEIL. Hoje, a organização tem mais de 3.500 funcionários (25 deles brasileiros), dentre eles 900 artistas. A média de idade dos trabalhadores contratados do circo é de 34 anos. Entre eles se encontram mais de 40 nacionalidades que falam 25 línguas diferentes
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Você sabia?
● Cera de 1% da renda anual financia projetos sociais como o Cirque Du Monde no Brasil, que canaliza o enorme potencial de jovens e crianças carentes usando workshops de introdução às artes circenses para promover sua reintegração social.
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As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
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